quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Você ainda está aí?


O dia amanhece, o despertador toca aquela linda canção que me faz lembrar você. Continuo sonhando acordada, os minutos passam, o tempo não para. Abro os meus olhos e sinto a luz do sol morno que inunda meu quarto. Sinto o som dos pássaros, do vento. Sinto a voz de alguém a me chamar. Sim, eu sinto os sons. E a resposta tenta sair, mas fica presa. Você. Se dirige a mim, e não consigo fazer o mesmo de forma gentil. É aí que percebo que o sonho acabou, que mais um dia ardil e insosso começa. Logo você, a forma mais doce que eu conheço, o olhar mais aconchegante, o abraço mais protetor. O maior amor que eu posso sentir é por você. Lembra quando você me dizia para colocar o uniforme da escola debaixo do travesseiro para que ele ficasse quentinho, e eu poder me vestir com menos sofrimento naquela gelada manhã de inverno? Café com leite, naquele super copo. Você me levava à escola, conversava com o inspetor que se postava diante o portão e esperava que eu desaparecesse pelos portões lá de baixo para poder ir embora tranqüila. Naquela época, não sei se você era feliz, mas você me fazia feliz. Sempre me fez. E hoje, quando você mais precisa de mim, quando você mais precisa de todos... Queria só entender o por quê de tudo ter mudado, de tudo ter virado de cabeça para baixo. O mundo parou de fazer sentido para mim, assim como para você. É como se você, mas o você de antes, tivesse ido embora, me deixado, ficando sua imagem, suas formas e seu amor dentro de outro ‘eu’. Queria lhe encontrar, sei que está vagando por aí, preciso lhe encontrar. Só assim, quem sabe, um dia poderei voltar a sorrir com o coração, sem ser por obrigação, sem sentir dor ao fazê-lo. Sorrir por, simplesmente, não ter um motivo. Por eu estar feliz.

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